terça-feira, 10 de novembro de 2015

Dos altos e baixos da vida só podemos concluir que somente existe alto porque existe um baixo.
Assim como o conceito de bom surge apenas na presença de um mau. Luz e escuridão.

Felicidade e tristeza.

Essa dicotomia que dá sabor à existência. Viver é bom apenas por conta dos contrastes e da efemeridade perante o tempo universal.

Pensa só que sem graça seria viver uma existência eternamente infinitamente durável. Quando zeramos um jogo não queremos mais jogá-lo. Queremos novos jogos. Por isso passei a acreditar mais no papo de reincarnação. É o mecanismo perfeito para manter as almas saudáveis. O senhor arquiteto barbudo usa a maquininha do Men in Black, apaga nossas memórias e nos manda pra vida mundana totalmente zoada, com conhecimento de noobs, para ter uma sacada de como é começar um jogo do zero.
É uma experiência similar ao uso de drogas. A fuga da realidade para viver alguma novidade.

A VIDA É A DROGA DA ALMA.

Bizarro, não? A única forma da alma/energia viver uma eternidade sem explodir de tédio é viver uma vida mundana, seja lá em qual mundo for. Apaga-se a memória para viver novidades. E assim continua de forma cíclica. Tudo tão perfeitamente encaixado, meticulosamente planejado por sei lá o que.


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

PLENITUDE

Tava lá, meio descrente, confuso, desorganizado. Malucasso da cabeça.
De repente a plenitude veio, sem mais nem menos.
Não sei explicar até hoje como aconteceu essa abertura dos olhos. Mas rolou.
Espero que não seja uma fase boa, e sim a fase definitiva, permanente.
Quem passou por alguns anos depressivos sabe como é o problema do problema mental.
Se você tem dores nos joelhos, você faz uma cirurgia, toma uns remédios, fisioterapia e os caralho e os resultados vêm.
No máximo você arranca a perna. Pronto. Problema no joelho resolvido.
E quando o problema é mental? Qual a solução? Arrancar o cérebro? Ou arrancar a vida?
Sendo o cérebro o comandante mor fodão do barco que somos noiz, o problema fica bem intenso.
Imagine que o comandante mande os marujos todos pularem do barco, atearem fogo nele, mijar nas cabines, fazer uma festa, beber até vomitar e quebrar tudo todos os dias da navegação.
Certamente dá ruim. E complica quando dá ruim todos os dias.
E não é frescura, sabe? É uma bosta bem grandona, maior que o Bono Vox.
O complicado é que assim como quem está em um labirinto, não dá pra saber como saímos de lá.
É necessário olharmos de cima, vermos a situação de fora.
Por isso a conversa, a abertura são tão necessárias para o tratamento da doença que parece uma nuvem negra cabulosa sinistrona em cima da nossa cabeça que fica fazendo chover o dia todo.
"Mas não, o que eles vão pensar de mim quando eu me abrir?" Meu fi, cala esta boca.
Ou melhor, não cale esta boca. Fale. Fale bem alto. Chore. Sinta. Quase sinta-se feliz por estar triste. Ou mesmo por estar. Estar. Ser. Viver. A vida é bonita até em seus momentos mais tristes.
Escrevendo agora, concluo que foi mais ou menos assim que saí da fossa.
Passei a ver beleza em algumas coisas. Devo ter fumado alguma coisa mutcho louca, ou sei lá.
Eu costumo pensar que o jeito que vivemos uma vida é quase todo resumido em um óculos.
É necessário utilizar as lentes certas pra se viver uma vida nítida.
Quando estamos tristes, vemos tudo com lentes pessimistas. "Nada vai dar certo, pra quê tentar?" "Tá tudo ruim". O segredo é colocar as lentes que deixam tudo bonito, feliz, vívido. Fácil falar, né?
Muito mais simples fazer.